Um dos pontos turísticos mais visitados da nossa cidade, sendo também muito freqüentado pelos adeptos da caminhada e outros esportes, o Lago de Javary tem sofrido com o estado de abandono em que se encontra.

Quem passa diariamente pelo lugar já nota na paisagem a grande proliferação de plantas aquáticas que hoje toma, quase que totalmente, as águas do Lago. Segundo nota emitida pelas Secretarias de Meio Ambiente e de Obras, que deveriam ser responsáveis pela manutenção do local e, consequentemente pela retirada das plantas, trata-se de uma planta conhecida como Alface D’água (Pistia Stratiotes) que, segundo o biólogo Vítor de Souza Ferreira, apesar do Lago de Javary não ser o habitat natural desta espécie, lá ela encontra calor e concentração de água, o que justifica sua rápida e descontrolada proliferação. Segundo o biólogo, funcionário da Secretaria de Meio Ambiente, a Alface D’água é uma planta usada comumente em ornamentação de aquários e, por isso, suspeita-se que alguém a tenha jogado nas águas do Lago. Ainda segundo a mesma nota, trabalhadores da Secretaria de Obras estariam no local retirando as plantas, trabalho que é feito de forma mecânica e que, após a secagem, o material retirado seria destinado a um produtor local que transforma a Alface D’Água em adubo. Porém, pelo que temos visto diariamente no Lago, essas medidas, divulgadas em agosto, tem sido ineficientes até agora e a impressão é que o problema só faz aumentar. Mesmo assim, na manhã de domingo, dia do Festival Náutico, as plantas ocupavam, como que represadas apenas uma área isolada do lago, formando um grande “campo de futebol”

Além da situação ambiental, os freqüentadores também convivem com a falta de manutenção no entorno do Lago, onde há muitos trechos com pouca ou nenhuma iluminação, mato crescendo em alguns pontos do calçadão e cães abandonados que ameaçam a segurança dos que usam o lugar para a prática de caminhadas e corridas, que são os maiores freqüentadores durante a semana. Conversamos com uma moradora de Governador Portela, que caminha diariamente por lá, que nos contou sentir medo de fazer seus exercícios à noite, pois “é muito escuro”, perguntada sobre se vê algum patrulhamento ou segurança no seu percurso, a moradora disse não costumar ver nenhuma ronda.

   Também os banheiros públicos estão depredados, funcionando precariamente e, não é raro um usuário deparar-se com cães e outros animais fazendo morada no local. Além da insegurança, uma vez que em alguns dias os banheiros encontram-se abertos, mas sem vigilância adequada.

Durante o evento de domingo que, como era de se esperar, levou muitas famílias ao Lago, pudemos notar uma situação um pouco diferente já que foi feita uma “maquiagem” que deixou estes pontos fracos menos visíveis mas, já na segunda-feira, tudo voltou ao “normal”.

É lamentável que um lugar tão utilizado pela nossa população e tão visitado pelos turistas que vem à Miguel Pereira esteja passando por essa difícil situação. Vamos torcer para que medidas mais eficientes sejam finalmente adotadas pelas secretarias de Meio Ambiente, Obras e, principalmente, Turismo, que deveria ser uma das maiores interessadas em ver um dos nossos atrativos bem cuidado. É no mínimo incoerente se pensar em promover e incentivar o turismo em uma cidade , se os principais pontos não oferecem sequer uma infraestrutura mínima para receber os visitantes.

Torcemos também para que os cidadãos possam se conscientizar  da importância do Lago de Javary para a cidade de Miguel Pereira e ajudem a preservar e a cuidar para que ele exiba toda a sua beleza.